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SPFW: o mergulho da Handred no Rio Paraguaçu

Criada a partir de uma viagem do estilista André Namitala ao município baiano de Cachoeira, a nova coleção da Handred resgata a riqueza e o folclore de um Brasil profundo (e lindo)



A modelo usa um vestido transparente com busto marrom e listas em preto. Ela também veste luvas transparentes feitas do mesmo tecido.


O estilista André Namitala foi a Cachoeira, na Bahia, e trouxe na mala uma coletânea de histórias, traduzidas em roupas na apresentação da Handred, que encerrou o line-up da quinta-feira (17/out) no São Paulo Fashion Week. Para além das paisagens naturais, foi a riqueza do folclore local que informou a nova coleção, reinterpretada com a poética que a etiqueta carioca leva sempre às suas clientes de maneira leve e desejável.


Na peças, André fala dos muitos causos que ouviu durante sua passagem pelo município baiano: há a serpente do rio Paraguaçu, que vive submersa e, na época de cheia, dá o bote nos mal intencionados; uma lenda urbana retratada em bordados feitos à mão pelo grupo Chitarte, associação feminina que utiliza o artesanato como ferramenta de transformação social.


Há também a história do rito de passagem na Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte, uma confraria formada por mulheres negras que acredita que, na ocasião da partida de uma integrante, seu corpo se materializa na forma de uma garça para poder voar de volta ao continente africano. Na passarela, bordados tridimensionais em dois vestidos e uma camisa prestavam homenagem à crença, ilustrando a imagem do animal.


Se esses causos são verdadeiros ou não? Diante de uma coleção que resgata a tradição de um Brasil profundo, com técnicas artesanais empregadas a tecidos naturais de maneira tão bem executada…. bem, isso parece ser o que menos importa. Bravo!





Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.



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