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SPFW: Apartamento 03, o Café e o Cultivo da Criatividade Têxtil Brasileira

Atualizado: 19 de nov.

Com a assinatura do estilista Luiz Cláudio Silva, a marca mineira olha para o simbolismo do café na cultura nacional durante a semana de moda paulistana



A modelo usa brincos prateados maximalistas e vestido marrom

À frente da Apartamento 03, o estilista Luiz Cláudio chamou de “Grão” a coleção que apresentou na noite de sexta-feira (18) durante o São Paulo Fashion WeekO grão a que ele se refere é o do café, que surgiu nas roupas da marca mineira em mais uma demonstração de sua habilidade para o cultivo da criatividade têxtil, celebrando o saber fazer manual pelo qual a etiqueta é reconhecida.


Aqui, três maneiras contemporâneas encontradas pelo designer de moda para tratar do assunto na passarela.


O CAFÉ QUE TINGE A HISTÓRIA

Outrora chamado de “ouro líquido” pelo enriquecimento da atividade econômica nacional, o café é também uma mancha – sua riqueza só foi possível baseada em relações de trabalho injustas, gerando marcas que, em nossa história, ainda não desbotaram.


No desfile, no entanto, as manchas do café surgem a partir de uma colaboração de estamparia feita com o Prof. Paulo André (da UFMG), a partir de uma técnica de tingimento manual, digitalizada e impressa em tons de marrom e verde, criando um lindo efeito, similar ao tie-dye.


O TEMPO DA SEMENTE

Entre suas pesquisas, Luiz Cláudio diz ter encontrado um paetê marrom que o remeteu diretamente ao tom do café. Mas ainda não era a hora certa de usar o material: como uma semente que tem seu tempo de germinação, o estilista guardou o tecido em seu ateliê ao longo dos últimos meses e só o retirou do estoque agora, criando para a nova coleção peças como os conjuntos que fluem soltos do corpo, garantindo movimento e brilho excepcionais.


UMA PRODUÇÃO FEITA COM AS MÃOS

Sem deixar de lado sua vocação para uma moda festiva, baseada na tradição artesanal mineira – mas sempre dotada de uma modernidade que a posiciona nos dias de hoje –, Luiz Cláudio exercitou mais uma vez sua expertise ao trabalhar construções têxteis que criam texturas improváveis e interessantes, possíveis justamente pelo fator humano que as toca: as mãos. O melhor exemplo disso está no look final, desfilado por Zezé Motta, que leva franjas diagonais desconstruídas em tiras sobre uma base de tule. Leve, cool e atual.






Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.



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