Quando o estilo é herança: o legado de ALT no Met Gala 2025
- 5 de mai.
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Neste ano, o Met Gala presta homenagem ao poder da alfaiataria preta — “Superfine: Tailoring Black Style” — em uma celebração que é, ao mesmo tempo, histórica e profundamente pessoal. E não haveria figura mais simbólica para marcar essa conversa do que André Leon Talley.

Em um trecho de suas memórias recém-publicadas, A.L.T., resgatado dos arquivos da Vogue, Talley escreve sobre as duas mulheres que moldaram seu olhar e o ensinaram a viver com elegância e intenção: Diana Vreeland, sua mentora, e Bennie Frances Davis, sua avó — a verdadeira origem do seu senso de estilo.
A escolha desse tema para a edição 2025 do Met não é apenas estética: é política, afetiva e histórica. Coloca em destaque a sofisticação construída a partir de um repertório negro — e o impacto disso nas narrativas visuais da moda global. São os cortes, os tecidos, os códigos e os corpos que sempre estiveram à margem das grandes instituições que agora se tornam protagonistas de uma exposição e de um tapete vermelho que reverberam muito além do Metropolitan Museum.

Ao revisitar o passado com os olhos de ALT, entendemos que estilo é também herança. É o conjunto de gestos, escolhas e silêncios que atravessam gerações e constroem identidades. É saber que o glamour não vem do acesso, mas da maneira como se habita o mundo — com altivez, referência e presença.
Para os apaixonados por moda, essa edição do Met Gala é mais do que um desfile de celebridades: é um lembrete de que o estilo negro sempre foi, e continua sendo, sinônimo de excelência.
Donata Meirelles é consultora de estilo, atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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