De volta ao Grand Palais, a maison faz ode à fluidez e homenageia o espírito pioneiro de Gabrielle Chanel
Respirar, sonhar. Abrir as asas, voar. Último dia da Semana de Moda de Paris: momento perfeito para a Chanel tratar de um tema que ressoa não só em quem passa pela maratona das fashion weeks, mas também em quem sente que o tempo anda cada vez mais veloz. Para o verão 2025, a marca fala de leveza e delicadeza.
O tema traduziu-se em cores equilibradas, como o preto e o branco; nos padrões que jamais envelhecem, como o xadrez; na leveza dos tecidos, na beleza das plumas. Sobre um balanço em movimento, no centro da gaiola que era o cenário do desfile, Riley Keough – ninguém menos do que a neta de Elvis Presley e filha de Lisa Marie Presley – cantou When Doves Cry, um clássico de Prince, lançado em 1984. E deixou tudo ainda mais poético. Confira cinco pontos importantes da apresentação.
Grand Palais
No cenário – um elemento sempre marcante da Chanel – havia uma grande gaiola branca. E não é que o Grand Palais, o espaço centenário de exposição onde a marca fez tantos e tantos desfiles, não parece ele mesmo uma gaiola? Esse intertexto veio no momento exato: a grife se responsabilizou pela reforma do local, no valor de 30 milhões de euros, e retomou o espaço de desfile fazendo do ambiente parte ativa do cenário.
A gaiola
No convite para o desfile, uma frase de Mlle. Chanel deu a pista do que seria a coleção e essa escolha de cenário: “As pessoas sempre quiseram me colocar em gaiolas: gaiolas com almofadas recheadas de promessas, gaiolas douradas, gaiolas que toquei olhando para longe. Nunca quis nenhuma outra além daquela que eu mesmo construiria.” Na foto acima, Riley Keough canta no fim da apresentação.
Plumas
Saí do desfile leve, leve como as plumas que adornavam as peças, usadas em profusão, mas sempre na proporção exata. Além de estilo e beleza, as plumas da coleção são uma homenagem ao ofício das artesãs “plumassières”, especialistas nesse tipo de aplicação.
Clássicos
A grife está para anunciar o novo, ou a nova diretor(a) criativo(a) da maison – Virginie Viard estava no posto até junho deste ano. Enquanto isso, a equipe de estilo mostra como tudo aquilo que Chanel nos ensinou sobre moda continua vivo: o preto e branco, o tweed, o tailleur, os conjuntos, a fluidez, os laços, a elegância.
Fluidez
As capas de tecidos esvoaçantes criam a imagem das asas abertas que Chanel quis evocar nesta coleção. Os mesmos tecidos também são usados como contraponto de leveza perto do encorpado tweed, ou em looks inteiros, com apelo de roupa de dia, como no conjunto de calça e blusa. Suave.
Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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