A nova mulher é uma líder. E o novo líder é mulher
Eu tenho muito orgulho de ser casado com a Donata. Quando eu vou nos eventos do trabalho dela, me apresento assim: “Prazer, sou o marido da Donata”.
Desde quando eu a conheci, Donata sempre trabalhou muito, e eu também. Na época da Daslu, ela viajava tipo 90 dias por ano. Para mim, nunca foi um problema: era um orgulho. E é um orgulho até hoje.
Quando Donata me disse que ia ter uma coluna de moda na Forbes, eu disse: vai arrasar. A mulher moderna quer ser capa da Forbes, e ela acertou em cheio ao focar na mulher de sucesso.
Ela conhece bem o assunto porque é a própria mulher de sucesso. A força da mulher explica o sucesso da mulher de sucesso.
Eu vi esse projeto nascer. E tenho visto ele crescer.
Num mundo em que se perde tempo colocando pessoas pra baixo, esse é um projeto que coloca as pessoas pra cima. Aliás, esse é o tom da revista: o sucesso. A Forbes se dedica ao salto, e não ao tombo.
O sucesso da Forbes também se deve ao faro de Antonio Camarotti de entender o potencial das coisas e saber ler as coisas.
Quando Camarotti foi à nossa casa para que Donata fizesse uma edição anual sobre mulheres de sucesso, ele disse a mais notável frase sobre a mulher no mundo hoje: “Hoje a mulher quer ser capa da Forbes”. O mundo, infelizmente, já foi das mais bem nascidas, depois das mais bem vestidas, depois das mais bem despidas, e hoje ele é da mulher que acorda cedo, encaminha as crianças para a escola e se veste para ir fazer um IPO ou lutar no Parlamento, como Margareth Thatcher, que de dia fazia a história e de noite fazia o jantar.
Eu gosto mais de conversar com mulheres do que com homens. Inclusive os homens que eu mais gosto de conversar têm natureza feminina. São por isso mais gregários, mais líquidos, mais soltos. A nova mulher é uma líder. E o novo líder é mulher.
Gosto também mais da ideia da mulher de sucesso do que da mulher poderosa. No sentido de que o poder é a alta costura do sucesso, e o Sucesso é o prêt-à-porter do poder.
E escrevi este texto às seis e meia da manhã porque a Donata me disse que eu tinha que entregar às nove e meia da manhã.
A voz de Donata é a voz de minha mãe que se formou em engenharia no Nordeste em 1958. A voz de Donata é a voz firme de todas essas mulheres que ela pinçou e entrevistou. E todas têm traços bem diferentes, mas um traço em comum: voz firme.
Minha mãe era comunista desde os 18 anos. Era engenheira com pós em Londres, cuidava da família e do figurino com esmero e só queria um mundo no qual todos pudessem se vestir e se cuidar também.
Às sete e vinte e nove da manhã o seu texto está pronto, Donata. E lhe confesso que escrevo feliz porque são parágrafos de love num mundo de haters.
Regina Casé, que é uma mulher genial, me disse algo que não esqueci: ser pop é gostar das coisas. Donata não fala mal de ninguém. Ou ela fala bem ou simplesmente não fala.
Donata tem um olho privilegiado. É inacreditável como ela olha e pinça num desfile a peça que vai ser sucesso. Ela escolhe, ela compra para seus clientes e pra si e depois eu vejo nas revistas, nos anúncios e nas mulheres de sucesso.
Mulher de sucesso é mostrar que a mulher pode chegar aonde ela quiser. E agora elas querem ser capa da Forbes.
Nizan Guanaes é CEO da consultoria N Ideias. Fundou o Grupo ABC e o tornou o maior grupo de comunicação da história do país e o 18º do mundo. Grupo que vendeu em 2015 para o grupo norte americano OMNICOM. Por suas contribuições sociais ao Brasil recebeu a ordem do Rio Branco. Nizan é embaixador global da UNESCO e sendo por muito tempo membro do fórum de Davos e também do Clinton Global Initiative.
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