Jean Paul Gaultier Tem Novo Diretor Criativo: Duran Lantink Assume o Legado com Estreia em Paris
- 15 de abr.
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Em um anúncio que já movimenta os bastidores da moda internacional, a Jean Paul Gaultier revelou nesta semana seu novo diretor criativo: Duran Lantink, estilista holandês conhecido por desafiar as estruturas tradicionais da moda com volumes esculturais e uma estética irreverente. Sua estreia à frente da maison está marcada para setembro de 2025, durante a Semana de Moda de Paris, e marca o retorno da marca ao prêt-à-porter após mais de uma década.

Duran Lantink é uma das vozes mais ousadas da moda contemporânea. Com uma abordagem radicalmente sustentável e visualmente provocadora, o estilista ganhou notoriedade por trabalhar com upcycling de luxo, criar peças que fundem o streetwear à escultura, e por seus editoriais que tensionam os limites entre corpo, gênero e identidade. Seu trabalho já vestiu nomes como Janelle Monáe e Billie Eilish, e agora, ele entra para a história como o primeiro diretor criativo oficial da Jean Paul Gaultier desde a aposentadoria do fundador.
O desfile de estreia de Lantink será histórico: será a primeira coleção de prêt-à-porter da marca em mais de dez anos. A Jean Paul Gaultier, que nos últimos anos explorou o formato de colaborações criativas para a alta-costura (com nomes como Glenn Martens, Olivier Rousteing e Haider Ackermann), agora retoma o fôlego comercial com uma nova estratégia autoral — sem perder a alma provocativa que sempre definiu a grife.
Além do prêt-à-porter, Duran também assinará sua primeira coleção de alta-costura em janeiro de 2026. A expectativa é alta: Lantink carrega um repertório conceitual potente e uma sensibilidade performática que conversa diretamente com o espírito teatral e transgressor de Gaultier. O desafio será grande — mas o potencial de reinvenção, maior ainda.
Jean Paul Gaultier é um dos estilistas mais influentes das últimas décadas. Ícone dos anos 1980 e 1990, ele redefiniu o que era possível na alta-costura: misturou moda de rua e cultura pop, criou espartilhos masculinos, desfilou diversidade muito antes de se falar em inclusão, e manteve sempre uma estética vibrante, sexy e inteligente. A nomeação de Lantink — queer, politizado e esteticamente indomável — parece não apenas coerente, mas simbólica: é o futuro honrando o passado com irreverência.
Com Duran Lantink à frente, a Jean Paul Gaultier inicia um novo ciclo. A moda aguarda, curiosa e atenta, por como essa união entre o legado e a ruptura vai se materializar. Em tempos onde o desejo por narrativas fortes é tão urgente quanto o por design, talvez Gaultier tenha feito, mais uma vez, o movimento certo — e o mais ousado.

Donata Meirelles é consultora de estilo e atua há 30 anos no mundo da moda e do lifestyle.
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